Clay Shirky é um pesquisador americano que estuda novas mídias. Recentemente ele apresentou uma teoria baseada no consumo de mídia e crowsourcing. Ele afirma que no século XX a mídia era muito boa em fazer com que consumíssemos conteúdo e, consequentemente, tornamo-nos muito bom em consumir pois tínhamos muito tempo para isso, segundo Clay, mais de um trilhão de horas por ano.
Entretanto, nós consumíamos passivamente pois não existia outra forma de interação. Hoje é diferente, existe todo mundo digital, suas milhares de oportunidades e nós ainda temos nosso um trillhão de horas por ano. Pessoas gostam de consumir, mas também gostam de criar e dividir, essas são suas grandes motivações e, aliada às ferramentas tecnológicas, formam a base da teoria que ele chama de Cognitive Surplus. Mas não é só isso.
Através de pesquisas, concluiu-se que pessoas não se motivam devido à restrições contratuais (ou forçadas), mas às restrições sociais. Clay defende que existe um tipo de criação feito pelas pessoas para outras pessoas, tipo esse, ele chama esse consumo de valor comum. E existe outro tipo de criação que é feito pelas pessoas mas consumido pela sociedade como um todo, como esse, ele chama esse consumo de valor cívico e para onde devemos mirar nossos esforços.
Daqui alguns anos, o número de participantes aumentará imensamente. Se conseguirmos criar uma cultura de celebração e recompensa para as criações de valor cívico, podemos ter enormes resultados sem necessitar de motivações contratuais ou forçadas. “Free culture get what they celebrate”.
Palestra no TED onde Clay Shirky conta sobre sua teoria aqui.
Matéria na Wired sobre o Cognitive Surplus aqui.