Tente imaginar qual é a maior mídia do mundo. Imagine um local gigantesco, que muita gente já esteve, desde muito tempo atrás e que oportunizou conexões que revolucionaram a sociedade e a maneira que vivemos. Fico curioso de saber quais respostas vieram nas cabeças que leem esse post, mas aqui vai a minha: o mar. Esse foi o meio para o descobrimento e para o desenvolvimento. Entretanto, é curioso imaginar como alguém ainda usa essa mídia e entrega “anúncios-garrafas” para se comunicar, em um modelo de redes sociais na sua maneira mais primitiva, video aqui.
Agora qual é a maior mídia social do mundo? Essa é bem mais fácil, aquela que tem mais de 800 milhões de usuários? O Facebook. Esse que vem sendo pauta de qualquer “pequena” mídia que converse sobre tecnologia divulgou atualizações interessantes. Mas o que essas atualizações tem em comum com Harold Hackett, o canadense das garrafas ao mar?
Diversos posts falam sobre as novidades do Facebook, de Mashable a AdAge, New York Times, Wall Street Journal e Info Abril. Mas o que me chamou mais atenção nesse bate-estaca foi entender como a equipe que desenvolveu essas novidades trabalhou e em qual meio.
O post da FastCo conta que um dos principais ambientes de trabalho da equipe de design responsável pelas novidades do FB era o Analog Research Lab, um local sem nenhuma ferramenta que envolvesse bytes, apenas instrumentos analógicos como uma ferramenta para envio de cartas, com selos e escritas a mão.
Fotos daqui.
Segundo Kate Aronowitz, diretora de Design do Facebook “web designers estão retornando ao princípio original do design, com formas, constrastes e cores simples. Não é como há 10 anos onde o foco era entender quais ferramentas utilizar para fazer animações numa página da web”.
Paola Antonelli, curadora do MoMA (já postei aqui sobre a linda expo Talk To Me que ela curou) alfinetou “Vamos assumir que qualquer interface é design: Algumas são boas. Algumas são ruins. Algumas são neutras. Facebook cai nessa última categoria”.
Rebatido pela diretora de design “Olha, você pode criar o design de um lugar com as janelas mais cool ou com os mais bonitos arcos, mas isso não significa que as pessoas desejarão sentar nesse lugar e ficar por lá. O desafio que encaramos criando produtos sociais que funcionem online é que eles devem entregar o mais sutil dos gestos, isso é o que faz as pessoas ficarem confortáveis”.
Todas as novidades do Facebook foram, sim, super bem pensadas e aprofundadas para atingir todos objetivos da empresa, seja comercial ou conceitual. Mas acho interessante entender como o processo foi feito para buscar uma mudança sutil e óbvia, onde Timeline, Friend Lists, News Feed e Ticker pudessem ser explicadas de maneira simples.
Harold Hackett é sutil no seu gesto e ao dizer que não coloca seu telefone ou email nas garrafas pois, se o fizesse, ele nunca receberia cartas de volta. Em meio a tantas novidades desconfortantes, talvez estejamos precisando de mais sutileza.